Em nosso artigo inicial abordaremos um tema presente no cotidiano de todas as sociedades do mundo. Buscamos mostrar do que se trata, suas causas e conseqüência.Obesidade, nediez ou pimelose (tecnicamente, do grego pimelē = gordura e ose processo mórbido) trata-se de uma doença onde as reservas de gordura aumentam. Está associada a diversos problemas de saúde como doença cardiovascular, diabetes mellitus tipo 2, apnéia do sono, osteoartrite, coledocolitíase (presença de cálculos no duto biliar comum), câncer, doenças cérebro-vasculares devido diminuição de HDL ("colesterol bom"), distúrbios menstruais/Infertilidade entre muitas outros. O excesso de peso está diretamente associado ao crescente aumento de mortes em todo o mundo. A obesidade é uma doença crônica, ou seja, não tem cura. Entretanto, podemos controlá-la.
A distribuição da gordura corporal pode ser classificada em:
1. Central, troncular ou andróide: mais comum em homens, nos quais a gordura está distribuída preferencialmente no tronco, com deposição aumentada na região intra-abdominal visceral fazendo o corpo apresente uma forma de maçã. Está relacionada intensamente com alto risco de doenças metabólicas e cardiovasculares (Síndrome Plurimetabólica)
2. Periférico, inferior ou ginecóide: a gordura acumula-se na região dos quadris, nádegas e coxas, fazendo com que o paciente apresente uma forma corporal semelhante a uma pêra. Está associada a um risco maior de artrose e varizes. Um padrão mais feminino de distribuição.
A classificação da obesidade pode ser feita através de:
1. IMC, ou índice de massa corporal, é um método simples e amplamente difundido de se medir a gordura corporal. A medida foi desenvolvida na Bélgica pelo estatístico e antropometrista, Adolphe Quételet. É calculado dividindo o peso do indivíduo em quilos pelo quadrado de sua altura em metros.
Equação: IMC = kg / m2
IMC ( kg/m2) | Grau de Risco | Tipo de obesidade |
| Peso saudável | Ausente |
| Moderado | Sobrepeso ( Pré-Obesidade ) |
| Alto | Obesidade Grau I |
| Muito Alto | Obesidade Grau II |
40 ou mais | Extremo | Obesidade Grau III ("Mórbida") |
Tabela de classificação do IMC
2. Relação Cintura-Quadril, é o método onde é realizada divisão da circunferência da cintura abdominal pela circunferência do quadril. Os cientistas alertam para o risco de doenças metabólicas quando a Relação Cintura-Quadril é maior do que 0,9 no homem e 0,8 na mulher. A medida da circunferência abdominal também é considerada um indicador do risco de complicações, sendo definida de acordo com o sexo.
| Risco Aumentado | Risco Muito Aumentado |
Homem | | |
Mulher | | |
Em academias de ginástica e clínicas de nutrição, a avaliação da composição corporal normalmente é feita através da mensuração de dobras cutâneas. Existem vários protocolos, porém o instrumento usado para medir (compasso de dobras ou adipometro) geralmente, possui limitações ao medir grandes dobras e dependendo da densidade da superfície corporal o avaliador não consegue "pegar" a camada de gordura. Esses dois fatores tornam esse método inviável para se avaliar indivíduos obesos. Neste caso são utilizados protocolos de circunferência que também são capazes de estimar a gordura corporal além de estabelecer um prognóstico de risco para a saúde,
As Causas da obesidade podem ser:
Pesquisadores já concluíram que o aumento da incidência de obesidade em sociedades ocidentais nos últimos 25 anos do século XX teve como principais causas o consumo excessivo de nutrientes combinado com crescente sedentarismo. Embora informações sobre o conteúdo nutricional dos alimentos esteja bastante disponível nas embalagens dos alimentos, na internet, em consultórios médicos e em escolas, é evidente que o consumo excessivo de alimentos continua sendo um problema. Devido a diversos fatores sociológicos, o consumo médio de calorias quase quadruplicou entre 1977 e 1995. Porém, a dieta, por si só, não explica o significativo aumento nas taxas de obesidade em boa parte do mundo industrializado nos anos recentes. Um estilo de vida cada vez mais sedentário teve um papel importante. Outros fatores que podem ter contribuído para esse aumento -- ainda que sua ligação direta com a obesidade não seja tão bem estabelecida -- o estresse da vida moderna e sono insuficiente.
Genética
Como tantas condições médicas, o desequilíbrio metabólico que resulta em obesidade é fruto da combinação, tanto de fatores ambientais quanto genéticos. Polimorfismos em diversos genes que controlam apetite e metabolismo predispõem à obesidade, mas a condição requer a disponibilidade de calorias em quantidade suficiente, e talvez outros fatores, para se desenvolver plenamente. Diversas condições genéticas que têm a obesidade como sintoma já foram identificadas (tais como Síndrome de Prader-Willi, Síndrome de Bardet-Biedl, síndrome de MOMO e mutações dos receptores de leptina e melanocortina), mas mutações genéticas só foram identificadas em cerca de 5% das pessoas obesas. Embora se acredite que grande parte dos genes causadores estejam por ser identificados, é provável que boa parte da obesidade resulte da interação entre diversos genes e que fatores não-genéticos também sejam importantes.
Doenças
Determinadas doenças físicas e mentais e algumas substâncias farmacêuticas podem predispor à obesidade. Além da cura dessas situações pode diminuir a obesidade, a presença de sobrepeso pode agravar a gestão de outras. Males físicos que aumentam o risco de desenvolvimento de obesidade incluem diversas síndromes congênitas (acima mencionadas), hipotiroidismo Síndrome de Cushing e deficiência do hormônio do crescimento. Certas enfermidades psicológicas também podem aumentar o risco de desenvolvimento de obesidade, especificamente disfunções alimentares como bulimia nervosa
Outras causas:
| Obesidade por Distúrbio Nutricional |
| Dietas ricas em gorduras |
| Dietas de lancherias |
| Obesidade por Inatividade Física |
| Sedentarismo |
| Incapacidade obrigatória |
| Idade avançada |
| Obesidade Secundária a Alterações Endócrinas |
| Síndromes hipotalâmicas |
| Síndrome de Cushing |
| Hipotireoidismo |
| Ovários Policísticos |
| Pseudohipaparatireoidismo |
| Hipogonadismo |
| Déficit de hormônio de crescimento |
| Aumento de insulina e tumores pancreáticos produtores de insulina |
| Obesidades Secundárias |
| Sedentarismo |
| Drogas: psicotrópicos, corticóides, antidepressivos tricíclicos, lítio, fenotiazinas, ciproheptadina, medroxiprogesterona |
| Cirurgia hipotalâmica |
| Obesidades de Causa Genética |
| Autossômica recessiva |
| Ligada ao cromossomo X |
| Cromossômicas (Prader-Willi) |
| Síndrome de Lawrence-Moon-Biedl |
Conseqüências da obesidade:
Quem está com obesidade provavelmente tem um alto consumo de gorduras na alimentação e um hábito de vida inadequado (estresse e sedentarismo). Isso pode levar a um aumento de gorduras ruins no sangue como colesterol alto (deslipidemia). Essa gordura vai se acumulando nas artérias e atrapalha a passagem do sangue (aterosclerose). Com essa passagem do sangue dificultada, o coração tem que bombear muito mais forte para conseguir fazer com que o sangue passe pelas artérias e irrigue todo o corpo. Com isso aumenta a pressão do sangue na artéria, levando a hipertensão arterial. Com tanto esforço, chega um momento que uma parte do coração não agüenta e morre, conhecido como infarto agudo do miocárdio. No cérebro, essa obstrução leva ao derrame cerebral. O sangue desce pela ação da gravidade, mas para ter esse retorno contamos com válvulas que fazem esse serviço. Com o excesso de peso esse trabalho é dificultado e parte desse sangue fica retido levando as varizes.
A Gota é uma doença que afeta mais homens em torno dos 45 anos. Mas isso não quer dizer que não pode acontecer com as mulheres também. São inflamações nas extremidades do corpo que incham e doem bastante. Isso acontece devido o aumento do ácido úrico no sangue e está relacionado também com artrite aguda.
Nós temos cartilagem entre os ossos. Ela parece uma “gelatina” que tem como função diminuir o atrito entre os ossos. Com o aumento de peso essa cartilagem não consegue fazer o seu trabalho e começa a ter choque entre os ossos (osteoartrose).
Existem dois tipos de diabetes. A tipo 1 (genética), ou seja, a pessoa descobre nos primeiros anos de vida ou até a adolescência, e a tipo 2 que acontece por conseqüência de erros alimentares e estilo de vida. Quem tem obesidade tem 2 vezes mais chances de desenvolver a diabetes.
A alimentação inadequada pobre em fibras e rica em gorduras e carboidratos além de elevar o colesterol também pode levar a pedras na vesícula (cálculos na vesícula biliar).
Quem tem obesidade já deve ter percebido que tem dificuldade para respirar e dormir. A gordura, principalmente na região abdominal pode levar à apnéia do sono. Essa doença é percebida quando a pessoa que está deitada para de respirar por alguns instantes. Só volta a respirar quando a pessoa se levanta. É uma doença perigosa que só com a diminuição do peso já é possível perceber melhora. Quem tem essas doenças tem que estar com acompanhamento médico e precisa levar a sério a reeducação alimentar para ter melhora dos sintomas.